Google – O Google foi condenado nesta quarta-feira (3) a pagar US$ 425,7 milhões — o equivalente a cerca de R$ 2,3 bilhões — em uma ação coletiva de privacidade nos Estados Unidos. A decisão beneficia aproximadamente 98 milhões de usuários e 174 milhões de dispositivos que, segundo a acusação, tiveram dados coletados mesmo após desativarem o rastreamento na configuração “Atividade na Web e de Apps”.
A disputa judicial começou em julho de 2020, quando a empresa foi processada sob a alegação de que, por pelo menos oito anos, acessou e armazenou dados de usuários sem consentimento adequado. As informações teriam sido usadas em integrações com aplicativos e serviços de terceiros, como Uber, Venmo e Instagram, por meio do Google Analytics.
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Os autores da ação pediram mais de US$ 30 bilhões em indenizações. No entanto, o júri decidiu por um valor significativamente menor. O entendimento foi de que a empresa foi responsável por apenas duas das três acusações apresentadas e que não agiu de forma intencional para causar danos.
O que diz o Google
Durante o julgamento, a empresa negou irregularidades. Segundo representantes, os dados coletados não eram pessoais e estavam protegidos por sistemas de segurança e criptografia. Além disso, a companhia defende que não havia ligação entre essas informações e as identidades dos usuários.
O porta-voz José Castaneda afirmou que a decisão “não compreende como os produtos funcionam” e confirmou que a empresa irá recorrer. “Esta decisão não compreende o funcionamento dos nossos produtos. Nossas ferramentas de privacidade dão às pessoas controle sobre seus dados e, quando elas desativam a personalização, honramos essa escolha”, disse.
A condenação se soma a outras batalhas judiciais enfrentadas pela companhia. No início de 2025, o Google já havia desembolsado quase US$ 1,4 bilhão em um processo movido pelo estado do Texas, também relacionado a privacidade. Em 2024, outro acordo obrigou a empresa a excluir bilhões de registros de navegação, após acusações de rastreamento de usuários mesmo em modo privado.
O caso reforça discussões sobre o alcance das big techs na coleta de dados e sobre a transparência no uso dessas informações. Embora o valor da indenização tenha ficado abaixo do solicitado inicialmente, a decisão representa mais um marco no crescente escrutínio que empresas de tecnologia enfrentam em relação às práticas de privacidade.
(Com informações de Techtudo)
(Foto: Reprodução/Freepik/thaspol_s)