LinkedIn – O avanço da inteligência artificial já impacta diretamente o mercado de trabalho, afirma o diretor-geral do LinkedIn para América Latina e África, Milton Beck. Em entrevista ao podcast Deu Tilt, do UOL, o executivo revelou que a tecnologia se tornou a habilidade mais buscada por recrutadores na plataforma profissional.
De acordo com uma pesquisa recente feita pela empresa, o conhecimento em IA lidera uma lista com 15 competências em alta no Brasil para 2025. O levantamento mostrou as habilidades mais cresceram em termos de buscas dos empregadores, como pensamento estratégico, criatividade, comunicação e linguagens específicas de programação específica.
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“A que cresceu mais foi a busca por habilidades com inteligência artificial. Não significa que esse profissional tem de ser um desenvolvedor nem da área técnica, mas alguém que trabalha em marketing, finanças ou publicidade que tenha algum conhecimento de IA”, disse Beck.
O diretor explica que, superado o momento de euforia com a novidade, as empresas começaram a integrar ferramentas de IA em seus processos internos. A automação de tarefas humanas tem sido uma das principais aplicações. Para isso, cresce a demanda por profissionais que compreendam minimamente a tecnologia.
“Apesar de as pessoas acharem que é um hype, ‘ah, agora tudo virou inteligência artificial’, isso não é um hype. Na nossa visão, é uma coisa que veio para ficar e vai mudar muito a forma como as pessoas trabalham”, disse.
IA e conteúdo no LinkedIn
A inteligência artificial também transformou a maneira como o conteúdo é produzido e consumido dentro do próprio LinkedIn. A rede passou a ser palco de publicações com textos, imagens e vídeos gerados por máquinas, fenômeno já comum em redes como TikTok e Instagram. No entanto, a responsabilidade pelo conteúdo publicado continua sendo do próprio usuário.
“A responsabilidade do que está escrito ali é do usuário que postou. É a minha visão. Se o que você postou parece um conteúdo fake, não vai ter grande engajamento. A própria comunidade vai se autorregulando”, afirmou.
Segundo ele, publicações excessivamente artificiais, mesmo que tecnicamente elaboradas, tendem a perder o apelo. “Tudo o que é muito pasteurizado, seja o texto que você colocou no ChatGPT ou um vídeo que foi gravado com todos os requintes, perde engajamento, não é o que as pessoas buscam.”
Coach virtual e o ‘LinkeDisney’
Entre as ferramentas mais curiosas apresentadas pelo LinkedIn está um coach virtual baseado em IA, que ajuda usuários a se prepararem para situações delicadas no ambiente profissional, como pedir aumento ou demitir alguém. “Por lá, há mais de 200 pessoas que trabalham como Papai Noel, ghostwriters de CEO e até jogos”, contou Beck.
Com 85 milhões de usuários brasileiros, o que representa mais de 7% do total mundial da rede, o LinkedIn tem no Brasil seu terceiro maior mercado. Por aqui, a plataforma recebeu até um apelido: “LinkeDisney”, em alusão à frequência de postagens exaltando o trabalho como algo mágico. “Acho que a discussão do LinkeDisney é válida”, considera o diretor.
Apesar da fama de rede para conseguir emprego, Beck afirma que apenas uma parcela dos usuários está em busca ativa de vagas. “Talvez 20% dos 85 milhões de usuários estejam ativamente buscando emprego”, disse. Para ele, o LinkedIn se tornou um espaço voltado ao networking, à construção de reputação profissional e à exposição de habilidades. Agora, mais do que nunca, o domínio da inteligência artificial faz toda a diferença.
(Com informações de Tilt UOL)
(Foto: Reprodução/Freepik/thanyakij-12)