Redes sociais – Desde a chegada do Orkut, MSN Messenger e ICQ nos anos 2000, as redes sociais se tornaram parte essencial da vida dos brasileiros. Hoje, plataformas como TikTok, Instagram, Facebook e X (antigo Twitter) não apenas entretêm, mas também influenciam e moldam comportamentos.
O uso excessivo, no entanto, tem preocupado médicos e especialistas, que alertam para os riscos físicos e mentais de passar muitas horas conectado. Um relatório da Datareportal aponta que os brasileiros passam, em média, 3 horas e 37 minutos diários nas redes sociais, colocando o país em terceiro lugar no ranking mundial de consumo, atrás apenas da África do Sul e do Quênia.
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No caso do TikTok, usuários do Brasil chegaram a passar 28 horas e 34 minutos por mês conectados em 2024. O fascínio pelos aplicativos, segundo especialistas, é alimentado pelos algoritmos, que direcionam conteúdos de acordo com preferências e interações, prendendo a atenção por longos períodos.
Esse mecanismo pode induzir ao chamado brain rot, quando o consumo descontrolado de materiais superficiais afeta a saúde mental. O neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Mario Peres, alerta que estudos associam mais de 3 a 4 horas diárias de uso ao aumento de sintomas depressivos, distúrbios de ansiedade e pior qualidade do sono.
“O acesso diário e prolongado às redes sociais pode afetar diferentes funções cerebrais e comportamentos, tais como a atenção, a memória, a tomada de decisão, o controle inibitório, gerando mais compulsões, ansiedade, depressão e comparação social negativa”, acrescenta Peres.
Os impactos não se restringem à mente. O diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Dr. Bruno Pontes, explica que longos períodos diante das telas provocam ardência nos olhos, dores de cabeça e fadiga ocular digital. Já a especialista em coluna e diretora da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Dra. Maria Fernanda Caffaro, afirma que a má postura diante do celular pode gerar dores musculares e até casos de tendinite.
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam medidas simples, como pausas regulares durante o uso, prática de atividades físicas e controle no tempo de exposição às telas. A regra do “20-20-20”, que sugere descansar os olhos a cada 20 minutos olhando para um ponto a 6 metros de distância por 20 segundos, é uma das orientações.
Segundo a SBO, o limite saudável seria de até 2 horas diárias para adultos, enquanto crianças e adolescentes deveriam permanecer de 1 a 2 horas, sempre com supervisão.
(Com informações de Techtudo)
(Foto: Reprodução/Freepik)