Semicondutores – O Brasil pode contar com o apoio da China para evitar um novo desabastecimento de semicondutores na indústria automotiva. O embaixador chinês no país, Zhu Qingqiao, afirmou ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que serão abertos canais de diálogo com montadoras e fabricantes brasileiras para assegurar o fornecimento de chips.
A medida foi discutida em reunião realizada na semana passada, que contou com a presença de representantes da Anfavea, Sindipeças, Abipeças e sindicatos dos trabalhadores. Durante o encontro, as entidades pediram a intervenção do governo brasileiro para evitar que as disputas internacionais entre China e Estados Unidos prejudiquem o setor automotivo nacional.
“Trata-se de uma excelente notícia”, declarou Alckmin. “A cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e tem impacto direto em outros setores, como siderúrgico, químico, plástico e borracha. Ainda temos de ver como isso se dará na prática, mas hoje demos um passo importante para que a indústria automotiva brasileira continue crescendo e gerando empregos de qualidade.”
A Anfavea também comemorou o resultado da reunião e elogiou a ação preventiva do governo. Em nota, a entidade destacou que a iniciativa veio antes de um possível colapso na produção. “Vamos acompanhar os desdobramentos nos próximos dias e dar suporte às empresas da cadeia de suprimentos para que possam restabelecer as compras dos semicondutores o mais rápido possível e normalizar o envio de peças às fabricantes”, afirmou a associação.
A preocupação surgiu após o governo da Holanda intervir na Nexperia, subsidiária da chinesa Wingtech, responsável por cerca de 40% do mercado mundial de chips usados em veículos flex. O Ministério de Assuntos Econômicos holandês justificou a medida alegando riscos à segurança tecnológica do país e da União Europeia.
Em resposta, a China suspendeu temporariamente a exportação de semicondutores da fábrica da Nexperia no território chinês, o que acendeu o alerta em montadoras brasileiras. As fabricantes foram informadas de que, sem uma solução diplomática, a produção de chips poderia ser interrompida em até três semanas.
A Nexperia é atualmente a única fornecedora desses componentes para o mercado automotivo nacional. Cada carro produzido no Brasil utiliza entre 1 mil e 3 mil chips, responsáveis por funções vitais como controle do motor, sensores, airbags, freios ABS e injeção eletrônica.
(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik)