Empregos – A inteligência artificial generativa (GenAI) deve impactar 31,3 milhões de empregos no Brasil, afetando ao menos 13 profissões que somam 5,538 milhões de trabalhadores, segundo análise da consultoria LCA 4intelligence baseada em estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Conforme o levantamento, 5,4% dos trabalhadores brasileiros estão em ocupações com alto nível de exposição a tecnologias como o ChatGPT e podem ter suas funções quase totalmente automatizadas, reduzindo contratações. O percentual é 4,3% superior ao registrado em 2012.
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O grau de impacto é medido pelo nível de exposição (de 0 a 4). Profissões como analistas financeiros, corretores de Bolsa, desenvolvedores web, vendedores por telefone e escriturários estão entre as mais expostas (gradiente 4).
Bruno Imaizumi, autor do estudo da LCA, afirma que ocorrerá uma “reestruturação de tarefas dentro das ocupações, com a IA assumindo partes rotineiras, liberando tempo para atividades mais complexas e criativas”. Ele prevê ganhos de produtividade.
Luís Guedes, professor da FIA Business School, ressalta que o conceito de impacto é amplo: “Se no início do século 20 alguém perguntasse quem seria afetado pela eletricidade, a resposta provavelmente seria ‘todos'”. Ele alerta que trabalhadores com menor escolaridade são os mais vulneráveis, e a requalificação é “responsabilidade da sociedade e do Estado”.
Grupos mais expostos:
Jovens de 14 a 17 anos: 12,8% no gradiente 4.
Mulheres: 7,8% (mais que o dobro dos homens, com 3,6%).
Trabalhadores com ensino médio ou superior incompleto: 13,9%.
O setor público, por concentrar funções administrativas, é especialmente suscetível. Guedes defende que a IA atue como “copiloto” para reduzir burocracia e direcionar recursos a quem mais precisa, além de priorizar “letramento em IA” para servidores.
A pesquisa também indica que países de alta renda serão mais afetados devido a fatores como digitalização e qualificação da mão de obra. Imaizumi explica: “A maior exposição “.
Lista das 13 profissões mais impactadas (gradiente 4):
1. Escriturários gerais
2. Analistas financeiros
3. Desenvolvedores web e multimídia
4. Corretores de Bolsa e serviços financeiros
5. Agentes de empréstimos
6. Operadores de máquinas de processamento de texto
7. Operadores de entrada de dados
8. Trabalhadores de contabilidade e custos
9. Trabalhadores de serviços estatísticos e seguros
10. Encarregados de folha de pagamento
11. Trabalhadores do serviço de pessoal
12. Apoio administrativo em geral
13. Vendedores por telefone
A adaptação do estudo da OIT ao Brasil usou microdados da Pnad Contínua do IBGE, analisando 435 ocupações.
(Com informações de Folha de S.Paulo)
(Foto: Reprodução/Freepik/alexhard80)