Horário de Atendimento: Das 9h as 15h | Sede: (67) 3321-2836 | [email protected]
Home TI Microsoft desenvolve IA médica quatro vezes mais precisa que humanos
TI

Microsoft desenvolve IA médica quatro vezes mais precisa que humanos

Nos testes, ferramenta acertou diagnósticos em 85% de casos complexos analisados, enquanto médicos experientes tiveram 20% de acertos

9

IA – A Microsoft anunciou que desenvolveu uma ferramenta médica baseada em inteligência artificial que, segundo a empresa, alcança uma taxa de acerto quatro vezes superior à de médicos humanos ao diagnosticar doenças complexas. A solução integra um conjunto de pesquisas que a gigante da tecnologia acredita que pode acelerar tratamentos de saúde.

Batizada de “Microsoft AI Diagnostic Orchestrator”, a ferramenta é o primeiro produto de uma divisão de saúde com IA criada no ano passado liderada por Mustafa Suleyman, que formou a equipe com profissionais oriundos da DeepMind — laboratório de pesquisa em IA que ele cofundou e que atualmente pertence ao Google.

LEIA: WhatsApp vai parar de funcionar em 16 modelos de celulares; veja quais

Em entrevista ao Financial Times, o CEO da Microsoft AI afirmou que o experimento representa um avanço em direção à chamada “superinteligência médica”, capaz de mitigar déficits de profissionais e tempos de espera nos sistemas de saúde pública.

O sistema utiliza um “orquestrador” que organiza cinco agentes de IA simulando médicos — cada um com funções específicas, como sugerir hipóteses ou recomendar exames — que interagem e debatem até definir o melhor caminho diagnóstico.

Para validar a eficácia do modelo, os pesquisadores utilizaram 304 casos clínicos do New England Journal of Medicine (NEJM), que descrevem diagnósticos desafiadores resolvidos por médicos. Com isso, foi possível testar se a IA conseguiria não apenas encontrar o diagnóstico correto, mas também descrever o raciocínio por trás das decisões, com apoio de uma técnica chamada “cadeia de debate”. Nela, os modelos fornecem uma explicação passo a passo de como chegaram à conclusão.

A Microsoft empregou os principais modelos de linguagem de empresas como OpenAI, Meta, Anthropic, Google, xAI e DeepSeek. O orquestrador mostrou-se capaz de melhorar o desempenho de todos os LLMs testados, com os melhores resultados sendo obtidos quando acoplado ao modelo o3, da OpenAI, que solucionou corretamente 85,5% dos casos analisados do NEJM.

Em comparação, médicos humanos experientes acertaram cerca de 20% dos diagnósticos. No entanto, esses profissionais não puderam consultar materiais de apoio ou colegas durante o teste, o que poderia ter influenciado os resultados.

A tecnologia poderá ser incorporada futuramente ao Copilot, assistente com IA da Microsoft, e ao Bing, mecanismo de busca que processa cerca de 50 milhões de buscas por informações de saúde todos os dias.

Suleyman destacou que a Microsoft caminha rumo a “modelos de IA que não são apenas um pouco melhores, mas dramaticamente melhores que o desempenho humano: mais rápidos, mais baratos e quatro vezes mais precisos”.

A iniciativa é mais um capítulo da atuação de Suleyman na aplicação de IA à saúde, após sua antiga empresa, a DeepMind, ter alcançado avanços na área. Demis Hassabis, que dirige o laboratório do Google, ganhou em 2024 o Prêmio Nobel de Química por pesquisas com IA que desvendaram os mecanismos das proteínas responsáveis por funções vitais.

Com investimentos que somam quase US$ 14 bilhões (R$ 76,8 bilhões) na OpenAI, a Microsoft possui direitos exclusivos para comercializar sua tecnologia. No entanto, a relação entre as empresas passa por tensão, já que a OpenAI busca se tornar uma entidade com fins lucrativos, gerando divergências sobre os rumos da parceria.

Apesar de o modelo da OpenAI ter sido o mais eficaz, Suleyman afirmou que a Microsoft é “agnóstica” quanto ao LLM utilizado no MAI-DxO. “Há muito acreditamos que eles se tornarão commodities… É o orquestrador agregado que eu acho que é o diferenciador”, pontuou.

Dominic King, que liderou a área de saúde da DeepMind antes de integrar a Microsoft no fim de 2023, disse que o desempenho do novo sistema superou todos os benchmarks anteriores. “O programa teve um desempenho melhor do que qualquer coisa que já vimos antes. Há uma oportunidade aqui hoje para atuar quase como uma nova porta de entrada para a saúde”, defendeu.

De acordo com King, os modelos também foram instruídos a considerar os custos dos exames, o que reduziu substancialmente a quantidade de procedimentos necessários para alcançar diagnósticos corretos, gerando economias que chegaram a centenas de milhares de dólares em alguns testes.

Ainda assim, ele ressaltou que a tecnologia está em estágio preliminar, não passou por revisão científica formal e ainda não está pronta para ser utilizada em hospitais.

“Este é um estudo histórico”, afirmou Eric Topol, cardiologista e diretor do Instituto Translacional de Pesquisa Scripps. “Embora este trabalho não tenha sido realizado no contexto da prática médica do mundo real, é o primeiro a fornecer evidências do potencial de eficiência da IA generativa na medicina — precisão e economia de custos”.

(Com informações de Folha de S.Paulo)
(Foto: Reprodução/Freepik/showtimeag)

Posts relacionados

Você reconheceria um texto escrito por IA? Processo já é quase indetectável

Você reconheceria um texto escrito por IA? Processo já é quase indetectável

Máquina de gols: China estreia liga de futebol com robôs humanoides

Partidas aconteceram em Pequim; alguns robôs se ‘lesionaram’ durante o jogo e...

TI

WhatsApp vai parar de funcionar em 16 modelos de celulares; veja quais

Aplicativo deixa de funcionar em modelos antigos com versões anteriores ao Android...

TI

Mais da metade das empresas pretende focar em modernização tecnológica

Para 72% dos executivos, uso de IA generativa tende a ampliar as...