Vale do Silício – Quatro nomes de peso de grandes empresas de tecnologia sediadas no Vale do Silício foram integrados formalmente ao Exército de Reserva dos Estados Unidos com a patente de tenente-coronel. Eles farão parte de uma nova unidade chamada Corpo Executivo de Inovação.
Entre os nomeados estão Andrew “Boz” Bosworth, diretor de tecnologia da Meta; Kevin Weil, líder de produto da OpenAI; Bob McGrew, ex-diretor de pesquisa da mesma empresa; e Shyam Sankar, diretor de tecnologia da Palantir.
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O grupo integra agora o Destacamento 201, criado com o intuito de aproximar o setor militar da vanguarda tecnológica desenvolvida pelas big techs. Mesmo com os novos cargos, os executivos manterão suas funções nas empresas privadas e estarão dispensados do treinamento básico exigido de outros reservistas.
Inteligência artificial em foco
De acordo com o comunicado oficial do Exército americano, a iniciativa tem como objetivo tornar as Forças Armadas “mais inteligentes e letais”, aproveitando a expertise desses profissionais em inteligência artificial, sistemas de previsão e análise de dados.
A proposta partiu de Brynt Parmeter, atualmente responsável pela área de gestão de talentos do Pentágono. Ex-combatente e também ex-executivo do Walmart, Parmeter conheceu Sankar em uma conferência em 2023 e vislumbrou “uma situação à la Oppenheimer”, em que civis com conhecimentos estratégicos pudessem servir diretamente, sem se afastar de seus papéis nas empresas do setor privado.
Tensões éticas e contratos bilionários
Apesar da justificativa oficial, a medida gerou questionamentos sobre possíveis conflitos entre os interesses públicos e privados. As empresas envolvidas — Meta, OpenAI e Palantir — mantêm contratos milionários com o governo dos EUA. Um exemplo recente é o da OpenAI, que fechou um acordo de US$ 200 milhões para colaborar no desenvolvimento de sistemas de defesa aérea junto à Anduril, empresa criada por um ex-funcionário demitido do Facebook.
O vínculo dos executivos com suas respectivas companhias não foi interrompido. Pelo contrário: eles continuarão acumulando as funções de civis e militares, com parte das atividades no Exército podendo ser desempenhada remotamente — um fato inédito na história da reserva militar norte-americana.
(Com informações de Exame)
(Foto: Reprodução/Freepik/DC Studio)