Horário de Atendimento: Das 9h as 15h | Sede: (67) 3321-2836 | [email protected]
Home Notícias Restaurantes acionam iFood no Cade por limitar autonomia e impor serviços
Notícias

Restaurantes acionam iFood no Cade por limitar autonomia e impor serviços

Entidade pede investigação sobre práticas que estariam dificultando a sobrevivência de pequenos e médios estabelecimentos

27

iFood – A disputa entre restaurantes e o iFood, que domina cerca de 80% do mercado de delivery no Brasil, chegou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) acusa a empresa de adotar práticas que restringem a concorrência e tornam os estabelecimentos “reféns” de seus serviços e taxas.

A representação foi protocolada no fim de setembro e aponta uma “estratégia deliberada” do iFood de transformar a plataforma em um ecossistema digital fechado. Para os comerciantes, a expansão da empresa para áreas como logística, pagamentos, crédito, benefícios e softwares de gestão fortalece um modelo que concentra poder e reduz a autonomia dos negócios.

LEIA: Antecipação do saque-aniversário do FGTS será limitada; saiba novas regras

“A questão central é o abuso dessa posição dominante para alavancar outros negócios, eliminando a concorrência e tornando os restaurantes reféns de suas soluções”, afirma a Abrasel.

Segundo a associação, a dependência da plataforma é tamanha que o iFood se tornou um “parceiro comercial inevitável”, capaz de impor condições que sufocam especialmente os pequenos e médios empreendedores.

Práticas que preocupam o setor

Na denúncia, a Abrasel destaca quatro frentes de atuação consideradas mais graves, que juntas criam barreiras para novos concorrentes e aumentam os custos operacionais dos estabelecimentos.

1. Venda casada e taxas abusivas.

Os restaurantes são obrigados a usar o sistema de pagamentos do próprio iFood, que cobra taxas de, no mínimo, 3,5% por transação, bem acima da média de mercado de 2,28% para crédito e 1,10% para débito, segundo o Banco Central. Além disso, a antecipação de recebíveis é atrelada à conta de pagamento do iFood Pago, restringindo a liberdade financeira dos estabelecimentos.

2. Barreiras tecnológicas e monopólio logístico.

A empresa exige o uso de suas APIs proprietárias, o que dificulta a integração de softwares concorrentes e limita a atuação de outros marketplaces. O uso do sistema de inteligência artificial Optimizer também é questionado, pois ele favoreceria entregadores exclusivos da plataforma, concentrando o controle sobre a logística de entregas.

3. Expansão para o ambiente físico.

O programa iFood Salão, que inclui totens e máquinas de pagamento nos restaurantes, é visto como uma nova forma de dependência. “Os dados, que antes eram um ativo do próprio restaurante, agora alimentam a inteligência da plataforma, fortalecendo ainda mais sua posição dominante”, afirma a Abrasel.

4. Condições financeiras onerosas.

A associação cita retenções de pagamentos via Pix e débito por até sete dias, cobrança de taxas de até 3% sobre transações Pix e a obrigação de subsidiar promoções e campanhas de frete grátis. Segundo a Abrasel, essas práticas elevam o custo de mercadoria vendida a níveis insustentáveis.

Diante disso, a entidade pede que o Cade proíba a venda casada de serviços financeiros, exija transparência nas taxas cobradas e determine a separação entre a operação logística e o marketplace.

Em nota, o iFood declarou que “não foi notificado sobre a ação do Cade” e reafirmou que cumpre integralmente a legislação antitruste. A empresa afirma manter o compromisso de desenvolver o setor de delivery “oferecendo a melhor plataforma para entregadores, consumidores e restaurantes”.

(Com informações de Metrópoles)
(Foto: Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil)

Posts relacionados

Caixa volta a oferecer financiamento de até 80% do valor dos imóveis

Modelo integra recursos da poupança e do FGTS, elevando o teto do...

Supremo dá prazo para Congresso regulamentar impactos da automação no trabalho

Supremo determinou que parlamentares criem, em até dois anos, regras para proteger...

Vacina experimental mostra eficácia de 88% contra formas agressivas de câncer

Imunizante utiliza nanopartículas para estimular o sistema imunológico e conter o avanço...

BYD inaugura fábrica e quer produzir 600 mil veículos por ano no Brasil

Montadora chinesa inicia operações em Camaçari (BA) e prevê fabricar até 600...