Horário de Atendimento: Das 9h as 15h | Sede: (67) 3321-2836 | [email protected]
Home Destaque Fenati realiza 1º encontro nacional e projeta novo sindicalismo no setor de TI
DestaqueSindicato de TI

Fenati realiza 1º encontro nacional e projeta novo sindicalismo no setor de TI

Com representantes de entidades de diversas regiões do país, reunião teve como objetivo alinhar estratégias e fortalecer atuação conjunta

10

Em clima de entusiasmo e unidade, a nova diretoria da Fenati (Federação Nacional dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação) realizou, no dia 26 de abril, em São Paulo, sua primeira reunião com os sindicatos filiados. O encontro ocorreu durante o Encontro da Executiva Nacional da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e marcou o início de uma nova fase de expansão, articulação e inovação no sindicalismo da categoria.

“Seguimos estruturando a atuação da Federação por todo o país. É preciso que o movimento sindical se modernize, pare de olhar no retrovisor para encarar o futuro de frente. Esse é o grande desafio que temos. A Fenati segue em processo de ampla expansão e temos conseguido importantes vitórias, como acordos nacionais com empresas do porte da BB Tecnologia e Unisys”, reforça o presidente da Fenati, Emerson Morresi.

Reunião contou com representantes de todo o país

“O movimento sindical precisa compreender o tempo em que vivemos. A revolução tecnológica não pode vir acompanhada de retrocesso social e perda de direitos. A Fenati nasce com esse propósito: modernizar sem abandonar a luta. Trazer os trabalhadores de TI para o centro da estratégia sindical, com novas ferramentas, novos canais e uma agenda nacional”, afirma Antonio Neto, presidente da CSB, fundador da Fenati e presidente do Sindpd-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo).

Com representantes de entidades de diversas regiões do país, a reunião teve como objetivo alinhar estratégias, fortalecer a atuação conjunta, impulsionar a comunicação com a base e consolidar um projeto nacional de unificação das Convenções Coletivas de Trabalho no setor de Tecnologia da Informação. “A unificação das convenções é um caminho sem volta. No Paraná, conquistamos a jornada de 40 horas e vamos lutar para que esse direito se torne nacional. Não podemos aceitar que haja trabalhadores de primeira e segunda classe na TI”, aponta José de Fátima Santos, presidente do Sitepd-PR.

Unificação das Convenções Coletivas ao redor do Brasil é prioridade para a federação

A pauta da reunião incluiu a criação de um projeto de assessoria parlamentar especializada para atuar nas pautas legislativas do setor de tecnologia. “A nova diretoria da Fenati está mostrando que é possível fazer diferente. Estamos falando de atuação estratégica, negociações nacionais, comunicação digital e foco nos direitos reais do trabalhador”, acrescenta Ariston Prestes, presidente do Sintipar-PR.

O desenvolvimento de uma nova rede social sindical, integrada com um sistema de assembleias virtuais e um portal unificado de benefícios para os trabalhadores, também consta no planejamento na Fenati. Lucimar Arruda, presidente do Sindpd-MT, vê esse processo de integração sindical como algo fundamental: “Aqui no Mato Grosso, sentimos a necessidade de estar conectados com uma entidade nacional forte. A Fenati veio para somar e organizar a luta dos trabalhadores de tecnologia no Centro-Oeste”.

A Fenati também tem como um dos seus objetivos centrais o fortalecimento do Sindplay, plataforma de streaming com mais de 140 cursos de qualificação profissional em TI. “A Fenati nos ajuda a ganhar voz. Estamos fortalecendo a base no Sul com mais formação, mais qualificação e, principalmente, mais integração com outras regiões”, acrescenta Fábio Oliveira, presidente do Sindpd-Joinville/SC.

Presidente do Sindpd de Joinville quer avançar na qualificação da categoria

Outro ponto considerado fundamental para o avanço da federação é a construção de acordos nacionais com empresas de tecnologia e a unificação das convenções coletivas por todo o país. Sérgio Luiz Romanholi, ex-presidente e tesoureiro do SPPD-MS, destaca o olhar coletivo da Fenati neste sentido. “A Federação nacionaliza uma pauta que é local, mas que precisa ser vista com olhar coletivo. TI é uma profissão do futuro e precisamos de organização para garantir o presente”. Presidente do Sintinorp-PR, Dirceu Carlos Carneiro complementa: “Temos a chance de reverter a fragmentação do setor e criar um bloco sindical coeso, que fale com todas as regiões. A Fenati é a ponte para isso.”.

“Estamos construindo um movimento sindical inovador, com linguagem atual, digital, mas que mantém a combatividade histórica que sempre marcou os sindicatos da nossa base”, destaca Emerson Morresi, presidente da federação sindical. Leandro Camargos, presidente do Sinttec-MG, segue a mesma linha: “Nosso desafio é levar esse novo sindicalismo para o coração de Minas, conectando os trabalhadores de TI com uma pauta moderna, que fale com a realidade deles. A Fenati tem esse espírito coletivo e avançado.”

Emerson Morresi defende um novo sindicalismo que esteja mais próximo da base e integrado às novas tecnologias

Durante a reunião, os presidentes sindicais também destacaram a importância da unidade e da visão estratégica sobre o futuro do trabalho. “A tecnologia muda rápido, mas os direitos não podem ficar para trás. Com a Fenati, estamos mais próximos de uma nova geração de trabalhadores, que precisa se ver representada”, defende Wanderson Alves, presidente do Settaspoc-MG.

“Parabenizo os membros da Fenati pela mudança de olhar em relação ao mundo sindical. Serve para mostrar a nossos representados que estamos ativos e continuaremos a lutar pelos interesses dos trabalhadores da categoria”, acrescenta Felipe Rosell Soria, presidente do Sindpd-RO. A reunião reafirmou a meta da Fenati: construir uma federação moderna, combativa, digital e nacional.

Delegação do Sindpd de Rondônia marcou presença na reunião

Transição Tecnológica e o futuro do trabalho

A reunião da Fenati se inseriu no contexto do Encontro da Executiva Nacional da CSB, que contou com o painel final sobre os desafios da transição tecnológica para o futuro do trabalho.

O economista e presidente do IBGE, Márcio Pochmann, comparou a transformação tecnológica atual a eventos históricos como a abolição da escravatura e a Revolução de 1930. “Estamos vivendo uma profunda transformação, e o conceito do trabalho da era industrial é insuficiente. Hoje, cerca de 22 milhões de pessoas no país vivem das redes sociais. É um mundo novo, que abre uma agenda de entendermos essa nova realidade”, afirmou.

Márcio Pochmann preside o IBGE e falou sobre a mudança de época a qual o Brasil atravessa

Pochmann também ressaltou a mudança geoeconômica que tornará o Brasil uma nação bioceânica e alertou sobre desafios demográficos, como a redução da população e o aumento da desigualdade social até 2050. “O movimento sindical precisa se posicionar sobre esses temas”, defendeu.

Victor Pagani, do DIEESE, destacou que a pandemia acelerou transformações nas relações humanas e de trabalho, com perda de autonomia e aumento da intensidade do trabalho sob vigilância digital. “Esse avanço precisa vir acompanhado da divisão da riqueza e do aumento real dos salários”, afirmou.

O sociólogo Clemente Ganz defendeu a participação da nova classe trabalhadora nos debates sindicais

O sociólogo Clemente Ganz reforçou a importância de incluir os jovens trabalhadores na construção das pautas sindicais, sob o risco de o movimento se tornar irrelevante: “Estamos certos em olhar para o retrovisor, mas se só fizermos isso, o movimento sindical vai sofrer um grave acidente.”

O presidente da CSB, Antonio Neto, denunciou a exploração das plataformas digitais: “O futuro do trabalho passa por enfrentarmos essa exploração disfarçada de modernidade.” E sobre a “pejotização”, afirmou: “Foi uma forma deslavada de proteger o capital, que prejudica o trabalhador e o próprio Estado.”

Neto concluiu com um alerta: “Essa transformação tecnológica passa primeiro pelas nossas cabeças. Precisamos mesclar a experiência com a juventude para formar essa nova geração sindical.”

Presidente da CSB, Antonio Neto também preside o Sindpd-SP e fundou a Fenati

(Fotos: Divulgação/Fenati/CSB)

Posts relacionados

Procurador denuncia “pejotização” como forma de burlar direitos trabalhistas

De acordo com o procurador do trabalho Renan Kalil, lei não está...

Sócios e contribuintes do SPPD-MS agora têm acesso ao Sindplay! Confira!

A iniciativa é da Fenati, que trabalha em um processo de integração...

TST reconhece depressão como doença causada pelo ambiente de trabalho

Inclusão de “riscos psicossociais” como causadores de doenças relacionadas ao trabalho deve...

“Já percebemos um movimento de mais precarização”, diz advogada do Sindpd-SP sobre reoneração da folha

Em conjunto com a Feittinf, sindicato entrou com mandado de segurança pedindo...