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Gelo em Marte pode preservar sinais de vida por até 50 milhões de anos

Experimentos indicam que biomoléculas congeladas em gelo puro resistem à radiação e ao tempo

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Marte – Se Marte realmente teve vida em algum momento remoto, os traços dessa existência podem ainda estar ocultos sob as camadas de gelo do planeta. É o que indica um estudo publicado recentemente na revista Astrobiology, fruto de uma colaboração entre a NASA e a Universidade Estadual da Pensilvânia.

De acordo com os pesquisadores, fragmentos de moléculas microbianas poderiam permanecer preservados no gelo marciano por dezenas de milhões de anos – tempo suficiente para que futuras missões consigam investigar essa “cápsula do tempo” e identificar possíveis sinais biológicos.

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Isso porque proteínas são formadas por aminoácidos, substâncias que conseguem se manter estáveis por longos períodos em gelo puro, mesmo em condições extremas como as de Marte. Esses compostos podem resistir por até 50 milhões de anos, ultrapassando a idade da maioria dos depósitos de gelo visíveis na superfície marciana.

A presença de minerais e sedimentos no gelo acelera a decomposição das moléculas, tornando o gelo puro o ambiente mais favorável à conservação. Temperaturas ainda mais frias – semelhantes às das luas Europa (Júpiter) e Encélado (Saturno) – aumentam ainda mais o potencial de preservação;

Esses dados ajudarão a direcionar futuras missões espaciais para regiões com gelo puro em busca de indícios de vida.

Estratégias na busca por vida em Marte

Para chegar a essas conclusões, os cientistas conduziram experimentos minuciosos em laboratório, reproduzindo as severas condições do planeta vermelho. Amostras da bactéria Escherichia coli foram congeladas em dois tipos de ambiente: um de gelo formado apenas por água pura e outro contendo elementos do solo marciano, como silicatos e argilas.

Essas amostras foram mantidas a -51,1 °C – temperatura comparável à das regiões mais frias de Marte – e expostas a níveis de radiação equivalentes a 20 milhões de anos de exposição no planeta. Modelos computacionais projetaram o comportamento das moléculas para até 50 milhões de anos.

Os resultados mostraram diferenças expressivas na durabilidade das moléculas orgânicas. Em gelo puro, mais de 10% dos aminoácidos permaneceram intactos após a simulação de 50 milhões de anos. Já nas amostras com solo marciano, a degradação foi dez vezes mais rápida, resultando na destruição completa das biomoléculas.

A explicação está na interação entre radiação e ambiente. No gelo puro, os radicais livres – subprodutos da radiação – ficam aprisionados, retardando as reações químicas destrutivas. Já os minerais do solo criam finas camadas líquidas que permitem o movimento dessas partículas, acelerando os danos às moléculas.

Christopher House, coautor da pesquisa e professor de geociências, destacou a relevância da descoberta. “50 milhões de anos é um tempo muito superior à idade esperada para alguns depósitos de gelo na superfície de Marte, que geralmente têm menos de dois milhões de anos. Isso significa que qualquer vida orgânica presente no gelo seria preservada”, explicou.

“Esses resultados indicam que o gelo puro ou regiões dominadas por gelo são, de fato, os lugares ideais para buscar material biológico recente em Marte”, acrescentou Alexander Pavlov, principal autor do estudo e cientista do Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA.

Os achados representam um avanço importante na astrobiologia, oferecendo uma base científica sólida para o planejamento de futuras missões de exploração. Concentrar os esforços em áreas com gelo mais puro pode aumentar significativamente as chances de sucesso na detecção de moléculas biológicas.

O trabalho também contribui para o desenvolvimento de ferramentas capazes de perfurar e coletar amostras desses depósitos subterrâneos. Como a maioria dos depósitos de gelo marcianos tem menos de dois milhões de anos, há esperança de que sinais biológicos de períodos habitáveis mais recentes ainda estejam preservados – revelando não apenas a possível história da vida em Marte, mas também novas perspectivas sobre a evolução da vida na Terra.

(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik/kfccc588)

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