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Nova técnica desenvolvida por brasileiros aprimora previsão de deslizamentos

Novo método estatístico identifica áreas de risco com maior precisão e foi testado em São Sebastião

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Deslizamentos – Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP (ICMC-USP) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolveram um método capaz de prever deslizamentos de terra com mais precisão no município de São Sebastião, no litoral norte paulista. A proposta busca diminuir incertezas na análise de risco e aproximar o diagnóstico do comportamento real desses eventos.

Segundo o estudo, mesmo municípios com poucos recursos podem aplicar a técnica, já que ela utiliza ferramentas estatísticas acessíveis. A abordagem foi detalhada em publicação no Scientific Reports.

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A pesquisa comparou o método tradicional de análise, baseado na avaliação subjetiva de especialistas sobre fatores como inclinação, proximidade de rios e tipo de solo, com uma versão estatística chamada AHP Gaussiano.

Enquanto o modelo convencional faz comparações diretas entre os fatores, o AHP Gaussiano utiliza a curva de Gauss para definir o peso de cada variável de forma objetiva.

Entre os elementos considerados estão:

• Elevação e inclinação de encostas
• Distância de rios, estradas e outras estruturas
• Tipos de solo e cobertura vegetal
• Padrões de ocupação urbana

De acordo com os autores, isso permite produzir mapas de risco mais precisos e confiáveis. A pesquisadora Cláudia Maria de Almeida, do Inpe, integra a equipe responsável pelo estudo.

Validação em São Sebastião

Para testar a metodologia, os pesquisadores analisaram imagens aéreas de alta resolução – com detalhe de 10 centímetros – e complementaram o levantamento com registros do Google Earth e PlanetScope. Foram identificadas 983 coroas de deslizamento e 1.070 cicatrizes.

O AHP Gaussiano classificou 26,31% da área como de risco muito alto, contra 23,52% do método tradicional. O ganho, mesmo discreto numericamente, aproxima os resultados das condições reais observadas, destaca Rômulo Marques-Carvalho, doutorando do ICMC-USP e autor principal da pesquisa.

Aplicações além dos deslizamentos

Os pesquisadores explicam que a técnica também pode ajudar a identificar outros tipos de vulnerabilidade ambiental, como risco de incêndios, desmatamento, rebaixamento do solo e desertificação.

Com a intensificação de eventos extremos provocada pelas mudanças climáticas, observa André Ferreira de Carvalho, orientador do trabalho, ferramentas como o AHP Gaussiano tendem a se tornar ainda mais relevantes.

Marques-Carvalho reforça que a aplicação é simples: basta que prefeituras tenham acesso a dados geoespaciais básicos e utilizem um computador comum com o software livre QGIS para processar os mapas de risco.

(Com informações de Olhar Digital)
(Foto: Reprodução/Freepik)

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